domingo, 27 de março de 2016

Em Laboratórios de Análises podem ser desenvolvidos diversos procedimentos científicos, entre vários podemos sugerir à Anatomia Patológica - diagnóstico laboratorial.

Introdução.

Em Laboratórios de Análises podem ser desenvolvidos diversos procedimentos científicos, entre vários podemos sugerir à Anatomia Patológica - diagnóstico laboratorial. Nesse seguimento encontramos serviços de qualidade, onde os anatomopatologistas e técnicos avaliam através de um rigoroso processo, o diagnóstico e prognóstico de patologias na espécie humana, destacando-se como principais áreas de intervenção a histopatologia e a citopatologia.  O Laboratório de Anatomia Patológica caracteriza-se pela: Qualidade da resposta em tempo útil (resultados de exames de citologia aspirativa após 4 horas); Equipa com diferentes áreas de especialização; Coloração de tecidos e montagem de lâminas totalmente automatizada; Automatização da citologia em meio líquido (ThinPrep); Possibilidade de execução de todas as técnicas para obtenção de um diagnóstico completo (ênfase na Oncologia) como imunohistoquímica, FISH e CISH. São realizados os seguintes exames: Citologia cérvico vaginal convencional; Citologia cérvico vaginal monocamada (ThinPrep); Citologia Aspirativa (Mama, Tirideia, Gânglio e restantes órgãos/massas superficiais); Histologia de Biopsia; Histologia de peças operatórias; Imunohistoquímica (Caracterização dos linfomas, receptores hormonais, HER2, RGFR); CISH; FISH.

Outros exames podem ser realizados por determinados tipos de laboratórios, entre estes podemos citar: O Serviço de Genética de um Laboratório surge naturalmente com o objetivo de fazer face à crescente necessidade de uma melhor e mais rápida capacidade de diagnóstico na área da Genética Molecular, Bioquímica, Citogenética e no estudo de doenças genéticas humanas, tais como: Cromossomopatias; Doenças mono e poligênicas; Aconselhamento genético; Diagnóstico pré-natal; Genética oncológica. Desenvolve a sua atividade em várias vertentes, que se interligam e complementam: aconselhamento genético; prestação de serviços de diagnóstico à comunidade, incluindo o diagnóstico de doenças genéticas, constitucionais e somáticas; investigação e desenvolvimento; formação complementar de recursos humanos. Implementa e desenvolve ainda os processos metodológicos mais avançados, devendo estar dotado de equipamentos de primeira linha, assim como participar em programas de Avaliação Externa de Qualidade, nomeadamente, o NEQAS (United Kingdom External Quality Assessement Schemes).

Na prática existem diversos procedimentos a serem observados na organização das atividades de um laboratório. Podemos nessa fase introdutória sugerir.

Passo 1 - Recepção - Atendimento e abertura dos processos individuais dos utentes, sua orientação até a colheita;

Passo 2 – Colheitas - Colheita das amostras biológicas, formação e informação relacionada com o material de colheita de acordo com a natureza do produto e a determinação analítica a efetuar. Atendimento profissional e afável dos utentes assegurando o respeito integral pelos seus direitos.

Passo 3 – Triagem - Execução e controlo da fase pré-analítica do Laboratório, designadamente pela recepção, verificação, processamento e manipulação primária das amostras biológicas. Registro das falhas de colheita e sua comunicação aos postos de colheita, laboratórios ou hospitais.

Passo 4 - Área Analíticas – Nesse momento dependendo da natureza técnica - cientifica do laboratório podem-se direcionar a coleta para os serviços:

  1. Serviço de Genética;
  2. Core Laboratorial;
  3. Imunologia;
  4. Química Clínica;
  5. Radioimunoensaio;
  6. Microbiologia;
  7. Biologia Molecular. Etc.

Passo 5 - Área Pós-Analítica - Processamento, preparação para envio e entrega dos Boletins de Análise.

Nota do Autor.
Por apego ao discurso da cultura aplicada, e visando orientar os interessados entendemos como:

Serviço de Genética. Estuda as áreas da Genética Molecular, Bioquímica, Citogenética, assim como o estudo de doenças genéticas humanas: cromossomopatias, doenças mono e poligênicas, aconselhamento genético, diagnóstico pré-natal, genética oncológica.

Core Laboratorial.  Determinações em soro: Estudo químico dos diversos sistemas metabólicos e da homeostasia relacionados com o funcionamento fisiológico e fisiopatológico dos diversos órgãos e sistemas através da determinação quantitativa ou qualitativa de *analitos presentes em diversas amostras biológicas; Estudo bioquímico dos hidratos de carbono, proteínas, lípidos, iões, vitaminas e enzimas; Determinações biotoxicológicas para monitorização de fármacos; Pesquisa e rastreio do consumo de drogas ilícitas e de outras substâncias psicoativas; Estudo bioquímico e avaliação funcional dos eixos endocrinológicos principais; Diagnóstico direto ou indireto, pesquisa e quantificação de marcadores séricos de doenças infecciosas resultantes da resposta do hospedeiro a diversos agentes infecciosos. Determinações em sangue total: Estudo quantitativo e qualitativo dos elementos figurados do sangue; Estudo das alterações quantitativas, qualitativas e funcionais da coagulação e hemóstase; Fenotipagem sanguínea do sistema AB0 e Rh; Estudo da agregação plaquetária. Determinações em urina: Estudo físico-químico e exame microscópico, com caracterização e avaliação quantitativa e/ou qualitativa, dos elementos figurados nas amostras de urina; Doseamento de diversos analitos em amostras de urina.

Analitos.

Uma análise química é um processo que fornece informações químicas ou físicas sobre uma amostra ou sobre a amostra.  Existem diversas técnicas de análise química, normalmente referindo-se a técnicas em via úmida e instrumental.  Análise química é o conjunto de técnicas de laboratório utilizadas na identificação das espécies químicas envolvidas em uma reação, como também a quantidade dessas espécies. As análises químicas podem ser realizadas de três diferentes formas: quantitativamente, qualitativamente ou apenas imediata. Análise imediata: consiste em isolar as espécies que constituem o material, esse isolamento pode ser feito manualmente. Por exemplo, se queremos analisar uma amostra sólida e esta estiver inserida em um meio líquido, é preciso retirar este sólido do meio aquoso; Análise qualitativa: essa etapa identifica a composição do material, é preciso instrumentos apropriados para executar este procedimento. O resultado neste caso pode ser obtido pela mistura de outro componente à mistura;  Análise quantitativa: é a análise mais criteriosa, além de saber do que se trata o material ainda é preciso saber a quantidade do componente em questão dentro da amostra.  Foi seguindo esses passos básicos que a ciência evoluiu e chegou ao que é hoje: essencial na descoberta de curas de doenças, na tecnologia, entre outros benefícios.

* Analito é a parte da amostra que é o foco da análise química.

Imunologia. Diagnóstico direto ou indireto, caracterização, quantificação e confirmação da presença de marcadores séricos de doença infecciosa, resultantes da resposta do hospedeiro a diversos agentes agressores. Estudo qualitativo e quantitativo de anticorpos, antígenos e sua caracterização. Pesquisa direta de vírus, bactérias, fungos e parasitas. Determinação de citoquinas, moléculas de adesão, péptidos e antioxidantes. Estudo da autoreatividade através da pesquisa e/ou doseamento dos autoanticorpos ou da identificação das suas especificidades antigênicas.

Química Clínica.  Estudo laboratorial de metabolitos, hormonas, vitaminas, elementos traço, neurotransmissores, metais pesados e outros bioconstituintes através do recurso a sistemas analíticos próprios. Confirmação da presença de drogas ilícitas em diversos produtos biológicos.  Monitorização de fármacos e identificação dos seus metabolitos. Análise físico-química e espectroscópica do cálculo urinário, vesículo-biliar e prostático.

Radioimunoensaio.  Estudo bioquímico e avaliação funcional dos eixos endocrinológicos. Estudo laboratorial da doença alérgica e das atopias.

Microbiologia.  Estudo laboratorial das doenças infecciosas de etiologia bacteriana, micológica e parasitológica, através do exame morfológico direto, do isolamento, identificação e determinação da resistência aos agentes antimicrobianos, dos microrganismos presentes em diferentes amostras biológicas. Monitorização da eficácia da terapêutica antibiótica.

Biologia Molecular.  Estudo qualitativo e quantitativo de seqüências genômicas de ácidos nucléicos específicas de microrganismos potencialmente patogênicos.

ANÁLISES CLÍNICAS NO BRASIL.

Feitas as especificações acima esse e-book se direciona ao seguimento de formação em educação continuada no eixo: Análises clínicas.  O presente livro tem uma destinação, subsidiar os alunos dos cursos de AUXILIAR DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS, espalhados pelo Brasil, como uma referência bibliográfica básica, além de outras que podem ser recomendadas ou indicadas e ou adotadas pelos docentes dos cursos.  Os auxiliares são profissionais que atua em Laboratórios de Análises Clínicas, prestando auxílio ao Bioquímico ou Biomédico, na coleta de materiais e na realização de exames nas mais diversas áreas, além de desenvolver o conhecimento de toda a rotina de trabalho em Laboratórios de Análises Clínicas.  A recomendação é que os alunos sejam teoricamente preparados e treinados para ao término do curso  esteja apto para trabalhar em Laboratórios de Análises Clínicas, Bancos de Sangue e Hospitais Públicos e Privados.  A equipe do CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO, CAEE INESPEC, através do NÚCLEO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA espera desenvolver uma série de cursos modulados que no final atinja um conteúdo programático visando qualificar esse futuro profissional. Assim nasce a série LABORATÓRIO EM ANALISES CLÍNICAS. O conteúdo proposto para uma boa formação no nosso entendimento deve perpassar as temáticas:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
  • PROCESSO DE TRABALHO EM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS;
  • PARASITOLOGIA;
  • HEMATOLOGIA;
  • MICROBIOLOGIA;
  • IMUNOLOGIA;
  • NOÇÕES DE BIOQUÍMICA;
  • URINÁLISE.

Principais áreas no laboratório hospitalar.


Dentro de um laboratório hospitalar de análises clínicas  os AUXILIAR DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS, espalhados pelo Brasil, tem mercado de trabalho para cinco seguimentos especializados: Hematologia; Microbiologia; Imunologia; Química clínica e  Parasitologia. Atualmente, com o objetivo de obter respostas mais rápidas, a fim de aperfeiçoar o tempo do profissional, muitos exames estão sendo realizados por aparelhos automatizados. Este fato permite uma análise em maior escala e propicia aos clínicos uma resposta mais breve do estado fisiológico do paciente, possibilitando uma intervenção mais ágil, aumentando assim a possibilidade de salvar mais vidas humanas. Setores como a microbiologia e outros onde existem alguns exames de maior especificidade, continuam a executar suas atividades manualmente, seja por possuir uma menor rotina, ou por ainda não estarem com métodos automatizados padronizados. Os fluidos mais comuns para exame são: sangue, urina, fezes e expectoração. No entanto em ambiente hospitalar poderá ser encontrado ainda: liquido sinovial, pleural, céfalo-raquidiano, pus, entre outros.  Entre os exames solicitados com maior freqüência temos: hemograma completo, bioquímica do sangue (dosagem de glicose, uréia, creatinina, colesterol total e fracções, triglicerídeos, ácido úrico, etc), hemostasia (coagulograma), imunologia (teste imunológico de gravidez, teste luético, antiestreptolisina o, proteína c reativa, etc), exame parasitológico de fezes, sumário de urina, culturas bacteriológicas, antibiograma, etc.  Para fins didáticos podemos afirmar que as análises clínicas são executas por farmacêuticos, biomédicos, bioquímicos e médicos. RESOLUÇÃO Nº 296 - DE 25 DE JULHO DE 1996 - Ementa: Normatiza o exercício das análise clínicas pelo farmacêutico bioquímico. (...)O Conselho Federal de Farmácia, no exercício das atribuições que lhe são conferidas pela alínea "g" do artigo 6º, da Lei Federal nº 3.820, de 11 de novembro de 1960,  Considerando os termos do Decreto Federal nº 20.377, de 08 de setembro de 1931, que estabelece que o exercício da profissão farmacêutica compreende as análises reclamadas pela Clínica Médica;   Considerando os termos do Decreto nº 85.878, de 07 de abril de 1981, que regulamenta a privatividade da profissão farmacêutica.  RESOLVE: Art. 1º - O Farmacêutico-bioquímico, devidamente registrado no Conselho Regional de Farmácia respectivo, poderá exercer a responsabilidade técnica de laboratório de análises clínicas competindo-lhe realizar todos os exames reclamados pela clínica médica, nos moldes da lei, inclusive, no campo de toxicologia, citopatologia, hemoterapia e biologia molecular.  Art. 2º - O Farmacêutico-bioquímico poderá exercer as funções e responsabilidades de Diretor do Laboratório, Supervisor ou Técnico a que pertencer. Art. 3º - O responsável técnico deverá datar e assinar os laudos realizados sob sua responsabilidade, constando obrigatoriamente o seu registro profissional. Art. 4º - Os laboratórios cuja direção técnica seja exercida por farmacêutico bioquímico, terão seus laudos assinados pelos chefes dos setores, plantonistas ou substitutos que deverão ser legalmente habilitados, quando em setores especializados.  Art. 5º - Os farmacêuticos bioquímicos poderão utilizar em seus laudos, rubricas eletrônicas que deverão ser usadas sob proteção de senhas pois serão semelhantes às do próprio punho, para efeitos legais. Parágrafo único - As assinaturas ou rubricas eletrônicas, previstas no artigo anterior deverão ser sempre seguidas dos nomes completos e número do registro profissional respectivo. Art. 6º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.  Sala das Sessões, 25 de julho de 1996. ARNALDO ZUBIOLI – Presidente. Estes profissionais são supervisionados e tem seu trabalho validado pelo responsável técnico legal pelo laboratório clínico (RT no Brasil). A fiscalização do laboratório fica a cargo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dos técnicos de nível superior por seus respectivos conselhos profissionais. No caso dos profissionais Bioquímicos (não confundir com farmacêutico-bioquímico, no Brasil), o Decreto Federal nº 85.877, de 7 de abril de 1981, determina a direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e responsabilidade técnica no âmbito das respectivas atribuições com relação aos ramos da química ligados a bioquímica, toxicologia e química clínica(Ver textos das norma nos ANEXO I, ANEXO II, ANEXO III, ANEXO IV e ANEXO V). Diz o artigo quarto da norma citada a) laboratórios de análises que realizem exames de caráter químico, físico-químico, químico-biológico, fotoquímico, bromatológico, químico-toxicológico, sanitário e químico legal; b) órgãos ou laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública ou a seus departamentos especializados, no âmbito de suas atribuições. Nesta área, o analista clínico analisa os fluidos biológicos humanos ao passo que o patologista examina os tecidos através da análise microscópica de cortes histológicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário