Introdução.
Em Laboratórios de Análises podem ser desenvolvidos
diversos procedimentos científicos, entre vários podemos sugerir à Anatomia
Patológica - diagnóstico laboratorial. Nesse seguimento encontramos serviços de
qualidade, onde os anatomopatologistas e técnicos avaliam através de um
rigoroso processo, o diagnóstico e prognóstico de patologias na espécie humana,
destacando-se como principais áreas de intervenção a histopatologia e a
citopatologia. O Laboratório de Anatomia
Patológica caracteriza-se pela: Qualidade da resposta em tempo útil (resultados
de exames de citologia aspirativa após 4 horas); Equipa com diferentes áreas de
especialização; Coloração de tecidos e montagem de lâminas totalmente
automatizada; Automatização da citologia em meio líquido (ThinPrep); Possibilidade
de execução de todas as técnicas para obtenção de um diagnóstico completo
(ênfase na Oncologia) como imunohistoquímica, FISH e CISH. São realizados os
seguintes exames: Citologia cérvico vaginal convencional; Citologia cérvico
vaginal monocamada (ThinPrep); Citologia Aspirativa (Mama, Tirideia, Gânglio e
restantes órgãos/massas superficiais); Histologia de Biopsia; Histologia de
peças operatórias; Imunohistoquímica (Caracterização dos linfomas, receptores
hormonais, HER2, RGFR); CISH; FISH.

Na prática existem diversos procedimentos a serem
observados na organização das atividades de um laboratório. Podemos nessa fase
introdutória sugerir.
Passo 1 - Recepção - Atendimento e abertura dos processos
individuais dos utentes, sua orientação até a colheita;
Passo 2 – Colheitas - Colheita das amostras biológicas,
formação e informação relacionada com o material de colheita de acordo com a
natureza do produto e a determinação analítica a efetuar. Atendimento
profissional e afável dos utentes assegurando o respeito integral pelos seus
direitos.
Passo 3 – Triagem - Execução e controlo da fase pré-analítica
do Laboratório, designadamente pela recepção, verificação, processamento e
manipulação primária das amostras biológicas. Registro das falhas de colheita e
sua comunicação aos postos de colheita, laboratórios ou hospitais.
Passo 4 - Área Analíticas – Nesse momento dependendo da
natureza técnica - cientifica do laboratório podem-se direcionar a coleta para
os serviços:
- Serviço de
Genética;
- Core Laboratorial;
- Imunologia;
- Química Clínica;
- Radioimunoensaio;
- Microbiologia;
- Biologia
Molecular. Etc.
Passo 5 - Área Pós-Analítica - Processamento, preparação
para envio e entrega dos Boletins de Análise.
Nota do Autor.
Por apego ao
discurso da cultura aplicada, e visando orientar os interessados entendemos
como:
Serviço de
Genética. Estuda as áreas da Genética
Molecular, Bioquímica, Citogenética, assim como o estudo de doenças genéticas
humanas: cromossomopatias, doenças mono e poligênicas, aconselhamento genético,
diagnóstico pré-natal, genética oncológica.
Core Laboratorial. Determinações em
soro: Estudo químico dos diversos sistemas metabólicos e da homeostasia
relacionados com o funcionamento fisiológico e fisiopatológico dos diversos
órgãos e sistemas através da determinação quantitativa ou qualitativa de *analitos
presentes em diversas amostras biológicas; Estudo bioquímico dos hidratos de
carbono, proteínas, lípidos, iões, vitaminas e enzimas; Determinações
biotoxicológicas para monitorização de fármacos; Pesquisa e rastreio do consumo
de drogas ilícitas e de outras substâncias psicoativas; Estudo bioquímico e
avaliação funcional dos eixos endocrinológicos principais; Diagnóstico direto
ou indireto, pesquisa e quantificação de marcadores séricos de doenças
infecciosas resultantes da resposta do hospedeiro a diversos agentes
infecciosos. Determinações em sangue total: Estudo quantitativo e qualitativo
dos elementos figurados do sangue; Estudo das alterações quantitativas,
qualitativas e funcionais da coagulação e hemóstase; Fenotipagem sanguínea do
sistema AB0 e Rh; Estudo da agregação plaquetária. Determinações em urina:
Estudo físico-químico e exame microscópico, com caracterização e avaliação
quantitativa e/ou qualitativa, dos elementos figurados nas amostras de urina;
Doseamento de diversos analitos em amostras de urina.
Analitos.
Uma análise química é um processo que fornece informações
químicas ou físicas sobre uma amostra ou sobre a amostra. Existem diversas técnicas de análise química,
normalmente referindo-se a técnicas em via úmida e instrumental. Análise química é o conjunto de técnicas de
laboratório utilizadas na identificação das espécies químicas envolvidas em uma
reação, como também a quantidade dessas espécies. As análises químicas podem
ser realizadas de três diferentes formas: quantitativamente, qualitativamente
ou apenas imediata. Análise imediata: consiste em isolar as espécies que
constituem o material, esse isolamento pode ser feito manualmente. Por exemplo,
se queremos analisar uma amostra sólida e esta estiver inserida em um meio
líquido, é preciso retirar este sólido do meio aquoso; Análise qualitativa:
essa etapa identifica a composição do material, é preciso instrumentos
apropriados para executar este procedimento. O resultado neste caso pode ser
obtido pela mistura de outro componente à mistura; Análise quantitativa: é a análise mais
criteriosa, além de saber do que se trata o material ainda é preciso saber a
quantidade do componente em questão dentro da amostra. Foi seguindo esses passos básicos que a
ciência evoluiu e chegou ao que é hoje: essencial na descoberta de curas de
doenças, na tecnologia, entre outros benefícios.
* Analito é a parte da
amostra que é o foco da análise química.
Imunologia. Diagnóstico direto ou indireto, caracterização,
quantificação e confirmação da presença de marcadores séricos de doença infecciosa,
resultantes da resposta do hospedeiro a diversos agentes agressores. Estudo
qualitativo e quantitativo de anticorpos, antígenos e sua caracterização.
Pesquisa direta de vírus, bactérias, fungos e parasitas. Determinação de
citoquinas, moléculas de adesão, péptidos e antioxidantes. Estudo da
autoreatividade através da pesquisa e/ou doseamento dos autoanticorpos ou da
identificação das suas especificidades antigênicas.
Química Clínica. Estudo laboratorial
de metabolitos, hormonas, vitaminas, elementos traço, neurotransmissores,
metais pesados e outros bioconstituintes através do recurso a sistemas
analíticos próprios. Confirmação da presença de drogas ilícitas em diversos
produtos biológicos. Monitorização de
fármacos e identificação dos seus metabolitos. Análise físico-química e
espectroscópica do cálculo urinário, vesículo-biliar e prostático.
Radioimunoensaio. Estudo bioquímico e
avaliação funcional dos eixos endocrinológicos. Estudo laboratorial da doença
alérgica e das atopias.
Microbiologia. Estudo laboratorial
das doenças infecciosas de etiologia bacteriana, micológica e parasitológica,
através do exame morfológico direto, do isolamento, identificação e
determinação da resistência aos agentes antimicrobianos, dos microrganismos
presentes em diferentes amostras biológicas. Monitorização da eficácia da
terapêutica antibiótica.
Biologia
Molecular.
Estudo qualitativo e quantitativo de seqüências genômicas de ácidos
nucléicos específicas de microrganismos potencialmente patogênicos.
ANÁLISES CLÍNICAS
NO BRASIL.
Feitas as especificações acima esse e-book se direciona ao
seguimento de formação em educação continuada no eixo: Análises clínicas. O presente livro tem uma destinação, subsidiar
os alunos dos cursos de AUXILIAR DE
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS, espalhados pelo
Brasil, como uma referência bibliográfica básica, além de outras que podem ser
recomendadas ou indicadas e ou adotadas pelos docentes dos cursos. Os auxiliares são profissionais que
atua em Laboratórios de Análises Clínicas, prestando auxílio ao Bioquímico ou
Biomédico, na coleta de materiais e na realização de exames nas mais diversas
áreas, além de desenvolver o conhecimento de toda a rotina de trabalho em
Laboratórios de Análises Clínicas. A
recomendação é que os alunos sejam teoricamente preparados e treinados para ao
término do curso esteja apto
para trabalhar em Laboratórios de Análises Clínicas, Bancos de Sangue e
Hospitais Públicos e Privados. A equipe
do CENTRO
DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO, CAEE INESPEC, através do
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA espera desenvolver uma série de cursos modulados
que no final atinja um conteúdo programático visando qualificar esse futuro
profissional. Assim nasce a série LABORATÓRIO EM ANALISES CLÍNICAS.
O conteúdo proposto para uma boa formação no nosso entendimento deve perpassar
as temáticas:
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
- PROCESSO DE TRABALHO EM
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS;
- PARASITOLOGIA;
- HEMATOLOGIA;
- MICROBIOLOGIA;
- IMUNOLOGIA;
- NOÇÕES DE BIOQUÍMICA;
- URINÁLISE.
Principais áreas no laboratório
hospitalar.
Dentro de um laboratório hospitalar de análises
clínicas os AUXILIAR
DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS, espalhados pelo
Brasil, tem mercado de trabalho para cinco seguimentos especializados: Hematologia;
Microbiologia; Imunologia; Química clínica e
Parasitologia. Atualmente, com o objetivo de obter respostas mais
rápidas, a fim de aperfeiçoar o tempo do profissional, muitos exames estão
sendo realizados por aparelhos automatizados. Este fato permite uma análise em
maior escala e propicia aos clínicos uma resposta mais breve do estado
fisiológico do paciente, possibilitando uma intervenção mais ágil, aumentando
assim a possibilidade de salvar mais vidas humanas. Setores como a microbiologia
e outros onde existem alguns exames de maior especificidade, continuam a
executar suas atividades manualmente, seja por possuir uma menor rotina, ou por
ainda não estarem com métodos automatizados padronizados. Os fluidos mais
comuns para exame são: sangue, urina, fezes e expectoração. No entanto em
ambiente hospitalar poderá ser encontrado ainda: liquido sinovial, pleural,
céfalo-raquidiano, pus, entre outros.
Entre os exames solicitados com maior freqüência temos: hemograma
completo, bioquímica do sangue (dosagem de glicose, uréia, creatinina,
colesterol total e fracções, triglicerídeos, ácido úrico, etc), hemostasia
(coagulograma), imunologia (teste imunológico de gravidez, teste luético,
antiestreptolisina o, proteína c reativa, etc), exame parasitológico de fezes,
sumário de urina, culturas bacteriológicas, antibiograma, etc. Para fins didáticos podemos afirmar que as análises
clínicas são executas por farmacêuticos, biomédicos, bioquímicos e médicos. RESOLUÇÃO Nº 296 - DE 25 DE JULHO DE 1996
- Ementa: Normatiza o exercício das análise clínicas pelo farmacêutico
bioquímico. (...)O Conselho Federal de Farmácia, no exercício das atribuições
que lhe são conferidas pela alínea "g" do artigo 6º, da Lei Federal nº
3.820, de 11 de novembro de 1960,
Considerando os termos do Decreto Federal nº 20.377, de 08 de setembro
de 1931, que estabelece que o exercício da profissão farmacêutica compreende as
análises reclamadas pela Clínica Médica;
Considerando os termos do Decreto nº 85.878, de 07 de abril de 1981, que
regulamenta a privatividade da profissão farmacêutica. RESOLVE: Art. 1º - O Farmacêutico-bioquímico,
devidamente registrado no Conselho Regional de Farmácia respectivo, poderá
exercer a responsabilidade técnica de laboratório de análises clínicas
competindo-lhe realizar todos os exames reclamados pela clínica médica, nos
moldes da lei, inclusive, no campo de toxicologia, citopatologia, hemoterapia e
biologia molecular. Art. 2º - O
Farmacêutico-bioquímico poderá exercer as funções e responsabilidades de
Diretor do Laboratório, Supervisor ou Técnico a que pertencer. Art. 3º - O
responsável técnico deverá datar e assinar os laudos realizados sob sua
responsabilidade, constando obrigatoriamente o seu registro profissional. Art.
4º - Os laboratórios cuja direção técnica seja exercida por farmacêutico
bioquímico, terão seus laudos assinados pelos chefes dos setores, plantonistas
ou substitutos que deverão ser legalmente habilitados, quando em setores
especializados. Art. 5º - Os
farmacêuticos bioquímicos poderão utilizar em seus laudos, rubricas eletrônicas
que deverão ser usadas sob proteção de senhas pois serão semelhantes às do
próprio punho, para efeitos legais. Parágrafo único - As assinaturas ou
rubricas eletrônicas, previstas no artigo anterior deverão ser sempre seguidas
dos nomes completos e número do registro profissional respectivo. Art. 6º - A
presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Sala das Sessões, 25 de julho de 1996. ARNALDO
ZUBIOLI – Presidente. Estes profissionais são supervisionados e tem seu
trabalho validado pelo responsável técnico legal pelo laboratório clínico (RT
no Brasil). A fiscalização do laboratório fica a cargo da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária e dos técnicos de nível superior por seus respectivos
conselhos profissionais. No caso dos profissionais Bioquímicos (não confundir
com farmacêutico-bioquímico, no Brasil), o Decreto
Federal nº 85.877, de 7 de abril de 1981, determina a direção, supervisão,
programação, coordenação, orientação e responsabilidade técnica no âmbito das
respectivas atribuições com relação aos ramos da química ligados a bioquímica,
toxicologia e química clínica(Ver textos
das norma nos ANEXO I, ANEXO II, ANEXO III, ANEXO IV e ANEXO V). Diz o artigo
quarto da norma citada a) laboratórios de análises que realizem exames de
caráter químico, físico-químico, químico-biológico, fotoquímico, bromatológico,
químico-toxicológico, sanitário e químico legal; b) órgãos ou laboratórios de
análises clínicas ou de saúde pública ou a seus departamentos especializados,
no âmbito de suas atribuições. Nesta área, o analista clínico analisa os
fluidos biológicos humanos ao passo que o patologista examina os tecidos
através da análise microscópica de cortes histológicos.
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